Representantes do Grupo Boticário e Mondelez Internacional falam sobre transformação digital
18/07/2019No fim da manhã de terça (17), Shana Karin Bolsi, do Escritório de Transformação Digital do Grupo Boticário, André Bacellar, gerente de processos de Negócios da Mondelez Internacional, participaram de um painel sobre como a jornada de transformação digital foi feita nas empresas e deram dicas aos participantes. O debate teve a mediação de Fabrício Luz Lopes, gerente executivo de Tecnologia e Inovação do Sistema Fiep, que trouxe questionamentos sobre a inovação dentro das duas gigantes da indústria nacional.
Case Grupo Boticário
No Grupo Boticário, Shana Bolsi explica que quando começaram a entender que o consumidor estava mudando e que a customização, o omnichanel e a transparência passaram a se tornar cada vez mais relevantes para o público. “Precisávamos usar tecnologia para levar indústria para outro patamar de consumidor”, relata. Com isso, vieram os principais desafios: ter um background de operações ágil e repensar o modelo de gestão do Grupo, trazendo mais flexibilidade e autonomia nas tomadas de decisões. “Precisamos pensar em tecnologias, mas também precisamos pensar nas pessoas”, ressalta.
Para iniciar a transformação digital do Grupo Boticário, Shana Bolsi esclarece que fizeram inicialmente um diagnóstico e entenderam primeiro a maturidade digital da empresa, realizando benchmarkings, buscando referências, exemplos e cases de empresas. Após um filtro do que realmente poderia servir para a companhia, definiram ambições claras para o negócio e desenharam onde queriam chegar. Com isso, definiram como fariam para aterrissar e colocar as ideias que começaram a surgir em prática. Criaram então o programa chamado de Operações 4.0, que reuniu iniciativas para revolucionar a indústria do grupo. Estabeleceram frentes de trabalho, e, com as metodologias ágeis, tiveram mais de 60 projetos conectados ao programa, com 9 tecnologias diferentes, desde a digitalização dos processos até ideias de produtos inovadores.
Além deste processo inteiro, a especialista explica que tiveram que pensar em modelos de atendimento personalizados, realizar operações inteligentes, fazer uma gestão inteligente e responsiva da rede, tendo que se atentar, inclusive, para o trabalho com todos parceiros da marca.
Case Mondelez Internacional
Já na Mondelez Internacional, empresa líder mundial em snacks e que conta com mais de 100 mil funcionários, André Bacellar, gerente de processos, relata que o primeiro passo foi buscar conhecimento na área. Por isso, cursaram o MBA “Liderança para transformação digital e indústria 4.0”, do Sistema Fiep. “Então, definimos qual era o desafio e como conseguiríamos sair da inércia para modificar, inclusive, a cultura da companhia”, explica. Após a definição de que o propósito era entregar ainda mais valor para o consumidor, chegaram à conclusão que precisariam abrir horizontes e mudar o mindset.
Procuraram, então, parceiros e visitaram empresas como o Ebanx, Boticário, Bosch, Renault, Distrito, Hotmilk, Rumo e o Vale do Pinhão. Fizeram benchmarking e encontraram um ecossistema de inovação e cultura de colaboração. “Não tem receita, pois as empresas são diferentes e possuem tamanhos diferentes”, conta André. A colaboração entre as companhias do ecossistema de inovação foi uma grata surpresa, segundo o especialista. Com isso, construíram uma rede de contatos sem intenções – focando no netweaving. “Quando você ajuda alguém, coisas boas acontecem naturalmente, por isso adoro participar de palestras como essas e ajudar outras pessoas”, conta.
Uma iniciativa básica, segundo o gerente, foi realizar um diagnóstico digital da companhia para ver em que estágio de transformação estavam. Logo depois desta etapa, vieram as dificuldades. “Sempre se mencionam questões como ‘a companhia não tem dinheiro para arriscar’, ‘a organização não está preparada para o erro’”, lembra. Sobre isso, encontraram soluções na Lei do Bem, Lei 11.196/05 que cria a concessão de incentivos fiscais às pessoas jurídicas que realizarem pesquisa e desenvolvimento de inovação tecnológica.
Na companhia, realizaram workshops de metodologias ágeis e um Hackathon Mondelez, em parceria com o Sistema Fiep e o Distrito, reunindo 50 participantes em 12 horas de evento, com 30 mentores e obtiveram dez novas soluções que envolviam transformação digital da companhia. “Foi muito interessante porque os diretores discutiram com alunos e isso gerou um engajamento gigantesco na companhia. Ter alguém que compre a ideia dentro da empresa é fundamental”, explica.
O aprender com o erro, corrigir e tentar novamente de forma rápida foi uma das grandes dicas dadas por André na palestra. “Faz, experimenta, observa o que deu errado e faz de novo”, ressalta. Além disso, ele recomenda a realização de provas de conceito com fornecedores e participação de eventos que conectem startups e indústrias (como o Programa Nacional Conexão Startup Indústria, por exemplo, e o Prêmio Nacional de Inovação).
Jornada Digital
Nos dias 16 e 17 de julho, no Campus da Indústria, aconteceu a Jornada Digital, com o tema “Experiências transformadoras para a indústria”, que apresentou soluções inovadoras, com alta concentração de tecnologia, aplicáveis às áreas de segurança e saúde, educação e produtividade. Isso, por meio de exposições, rodadas de negócios e workshops.
CLIQUE AQUI para conferir todas as fotos da Jornada Digital do Sistema Fiep.