As questões da longevidade

Mobilidade é tema central para qualidade de vida da população

29/08/2023

Não é novidade que a pirâmide etária está se invertendo. Se na década de 80 o Brasil era um país jovem – já que idosos eram minoria e estavam no topo da pirâmide – atualmente vivemos uma inversão. Estima-se que já em 2030 o número de idosos no Brasil deve ultrapassar o número de crianças, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Mundial, o fenômeno traz muitas leituras positivas, como a melhora da qualidade de vida da população em geral. No entanto, traz também grandes desafios que vão além da previdência. A saúde mental e a produtividade juntam-se à lista, tendo em vista que essa população precisa ficar ativa por mais tempo.

Nesse sentido, a mobilidade mostra-se como um tema transversal. O gerente executivo de Tecnologia, Inovação e Responsabilidade Social do Sistema Fiep, chama a atenção para o fato de que segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a população idosa deve ultrapassar 40 milhões de pessoas até 2030 no Brasil. O país será o terceiro com a população mais longeva do mundo. “Como essas pessoas chegarão a essa idade com qualidade, exercendo o direito de ir e vir, não só pelas ruas das cidades, mas também dentro de suas casas?”, questiona.

Além disso, a mobilidade é um problema global que torna o país mais improdutivo. De acordo com a Pesquisa Mobilidade Urbana 2022, conduzida pela​ Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e pelo Serviço de Proteção ao Crédito, brasileiros que moram em capitais passam cerca de duas horas por dia no trânsito para cumprir tarefas ordinárias, como ir ao trabalho, à escola ou fazer compras. Por ano, isso resulta em 21 dias. E segundo relatório da Oxfam, famílias que ganham até um salário-mínimo (R$ 1.320), gastam 20% de sua renda em locomoção.

“Além de perdermos tempo no trânsito nos grandes centros, a mobilidade tradicional polui muito”, ressalta Fabrício. “Então, temos que fazer uma transição energética, não só para veículos elétricos ou para a micromobilidade, mas pensar em novos combustíveis, sem esquecer da acessibilidade”, finaliza.